Artibeus fimbriatus é um dos morcegos de grande porte do gênero Artibeus, pesando em média 54g. Cientistas utilizam o tamanho do antebraço para definir o tamanho de um morcego e, nessa espécie, o antebraço varia de 59,4 a 71mm. Sua coloração é marrom acinzentada, com extremidades dos pelos mais claras na parte ventral e as listas faciais claras características do gênero são pouco evidentes nessa espécie.

Classificação, Distribuição e Habitat:

A. fimbriatus é uma espécie de morcego da família Phyllostomidae. Endêmica da América do Sul, possui uma ampla distribuição no território brasileiro, abrangendo Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. Além do Brasil, também ocorre em partes do Paraguai e da Argentina. Essa espécie está presente nos biomas Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Sistema Costeiro-Marinho. Prefere áreas de floresta, com uma presença rara em ambientes urbanos.

Alimentação e Comportamento:

O comportamento alimentar de A. fimbriatus é principalmente frugívoro, com preferência por frutos de plantas como Cecropiaceae (família das embaúbas) e Moraceae (família das amoreiras e figueiras). Entretanto, a dieta também inclui insetos e recursos florais, como néctar. Estudos demonstraram que a espécie não é migratória e apresenta um padrão reprodutivo de poliestria bimodal – nome dado para quando uma espécie tem dois picos reprodutivos distintos ao longo do ano – e há dois nascimentos por período reprodutivo.

Conservação:

Atualmente, não foram identificadas ameaças que coloquem a espécie em risco de extinção. A avaliação mais recente, confirmou que não há evidências de um declínio rápido ou significativo de espécimes de A. fimbriatus, justificando sua classificação como “Menos Preocupante” (LC).
Seu papel ecológico na dispersão de sementes, controle de insetos e polinização fazem do Artibeus fimbriatus um componente crucial para a manutenção da saúde dos ecossistemas em que vive.



Texto escrito e revisado por Karen S. Toledo, bióloga, pesquisadora sobre morcegos, com mestrado em Biologia Animal (UFRRJ), especialização em Divulgação Científica (Fiocruz) e doutoranda em Divulgação, Popularização e Jornalismo Científico (PPGEBS, Fiocruz).

Fotografia: Roberto L. Novaes

Informações detalhadas em: https://doi.org/10.37002/salve.ficha.20404

Pouco preocupante

Frugívoro