Sobre a Caatinga
A Caatinga é uma formação vegetal sazonalmente seca, típica da porção interiorana do Nordeste do Brasil. Caracterizada por um clima semiárido, com chuvas irregulares e concentradas em um curto período do ano (geralmente não ultrapassando 1000 mm anuais), a Caatinga apresenta uma vegetação adaptada a escassez de água, como é o caso das cactáceas, bromélias e uma gama de outras plantas espinhosas e caducifólias que compõem a paisagem.
O pré-conceito de que a Caatinga era um ecossistema com baixa biodiversidade já está definitivamente ultrapassado. No caso específico dos morcegos, a lista de espécies vem crescendo a cada ano e a medida em que os esforços de pesquisa se intensificam, mais espécies estão sendo registradas (ex: Macrophyllum macrophyllum, Nyctinomops macrotis) ou descritas (ex: Histiotus diaphanopterus, Lonchophylla inexpectata). Atualmente são conhecidas pelo menos 82 espécies de morcegos na Caatinga, três das quais são consideradas endêmicas, Xeronycteris vieirai, Lonchophylla inexpectata e Chiroderma vizottoi.
Apesar dos avanços nas últimas décadas, o conhecimento sobre os padrões e processos ecológicos inerentes à quiropterofauna da Caatinga ainda são bastante incipientes, com muitas lacunas a serem preenchidas. Mais além, muitas das áreas consideradas pelo Ministério do Meio Ambiente como prioritárias para a conservação da biodiversidade da Caatinga não possuem sequer informações básicas sobre a quiropterofauna, bem como sobre outros componentes da sua biota. Tal cenário, atrelado ao alto grau de degradação das paisagens naturais (em muitos casos susceptíveis à desertificação) faz com que essa escorregão, genuinamente brasileira, necessite de ações urgentes de conservação, como a criação de novas UCs de Proteção Integral.
Ações
Capacitação de profissionais ligados à vigilâncias ambientais e epidemiológicas, para correta identificação taxonômica de morcegos nas ações do programa da raiva.
Execução do projeto “Morcegos sinantrópicos no Estado da Paraíba: diversidade, ecologia de abrigos e aspectos epidemiológicos”.
Como citar informações desta página:
Rocha P.A., Vilar E.M., Cordero-Schmidt E. 2022. Secretaria Regional da Caatinga. Sociedade Brasileira para o Estudo de Quirópteros - SBEQ. 2022. Acessado em: